A hiperidrose é uma condição clínica caracterizada pela sudorese constante e excessiva. Ela afeta 10% dos brasileiros, pode surgir em qualquer faixa etária e atingir pessoas de ambos os sexos, embora seja mais prevalente em mulheres (60%) do que em homens (40%). A doença possui características genéticas e costuma apresentar maior incidência em pessoas da mesma família. Vale destacar que, além de gerar desconforto físico e constrangimento, a hiperidrose pode impactar, até mesmo, a autoestima e o bem-estar de quem tem esse problema.
A transpiração exacerbada e anormal geralmente acontece nas extremidades, isto é, nas mãos e pés. Pode aparecer também no rosto e nas axilas, estando relacionada – ou não – à temperatura corporal, prática de exercícios extenuantes, reações emocionais e psicológicas. Em alguns casos, a hiperidrose tem a ver com doenças subjacentes.
Entre as alternativas paliativas para tratar a condição estão:
- antitranspirantes à base de alumínio;
- roupas de tecidos naturais, para favorecer a respiração da pele;
- medicação anticolinérgica;
- aplicação de botox.
Apesar de tais medidas aliviarem os sintomas, elas não resolvem a hiperidrose definitivamente. A estratégia mais efetiva é a cirurgia para a redução da transpiração, também conhecida como simpatectomia. Veja a seguir quais são os principais cuidados que o paciente deve adotar no pré-operatório desse procedimento.
Pré-operatório da cirurgia de hiperidrose
1. Procure se informar melhor sobre a hiperidrose
Antes de realizar o procedimento cirúrgico para controlar a hiperidrose, busque suporte médico e se informe ao máximo. A produção de suor é uma atividade regulada especificamente pelo sistema nervoso autônomo simpático e possui íntima relação com o controle da temperatura corporal.
A sudorese exagerada e contínua tende a ser causada pela hiperatividade de glândulas sudoríparas, que aparecem na infância, adolescência ou fase adulta, dando origem ao quadro de hiperidrose. O problema pode ser desencadeado por enfermidades, como obesidade, alterações hormonais, diabetes e hipertireoidismo. Até mesmo o estresse e a instabilidade emocional são aspectos que podem ocasionar a sudorese em excesso. É importante descobrir as causas da hiperidrose antes de recorrer ao tratamento cirúrgico.
2. Faça todos os exames pré-operatórios
Os cuidados pré-operatórios da cirurgia de hiperidrose são similares aos cuidados tomados antes de cirurgias gerais. Um passo importante é realizar todos os exames necessários. Os resultados dos testes sanguíneos devem estar normais, sobretudo dos fatores de coagulação. Por ser uma cirurgia torácica, a radiografia de tórax e o eletrocardiograma devem ser solicitados.
3. Informe ao cirurgião sobre eventuais patologias no tórax
O médico precisa saber se o paciente tem patologias torácicas, se já realizou procedimentos cirúrgicos prévios na região ou apresenta condições, como aderências, lesões e fraturas. Esses fatores podem dificultar a realização da simpatectomia.
4. Prepare-se emocionalmente
A cirurgia no nervo simpático é rápida e relativamente simples, feita por via toracoscópica em pequenas incisões no tórax. O tempo de internação é curto e a recuperação é tranquila, entretanto, o paciente precisa se preparar emocionalmente e alinhar suas expectativas.
Apesar de a simpatectomia apresentar cerca de 95% de chance de sucesso, parte dos pacientes pode ter a chamada hiperidrose compensatória. Essa condição é um efeito colateral que consiste no aparecimento de suor em outra parte do corpo, diferente da que levou o paciente à cirurgia. Mesmo assim, a hiperidrose compensatória costuma ser menos incômoda do que a hiperidrose original.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do nosso trabalho em cirurgia torácica em Belo Horizonte!