O derrame pleural, também conhecido como água na pleura, ocorre quando há um acúmulo incomum de líquidos na pleura, uma fina membrana que envolve o pulmão.
A pleura é formada por duas camadas: uma interna, chamada de pleura visceral, que fica colada ao pulmão e uma externa, a pleura parietal, que reveste diretamente o pulmão.
Entre essas duas camadas fica a chamada cavidade pleural, que é preenchida pelo líquido pleural, esse que faz papel de lubrificante e impede o atrito entre a camada externa e interna. Quando esse líquido se acumula, ocorre o chamado derrame pleural.
Tipos e causas do derrame pleural
Essa condição costuma ser classificada em dois tipos: transudato e exsudato, que possuem causas diferentes. Veja a seguir:
Transudato
O derrame transudativo é causado por uma doença subjacente ou por alguma doença que afeta a pressão normal dos pulmões. Por consequência, compromete a capacidade dos vasos sanguíneos do tórax de removerem o excesso de fluído dentro do espaço pleural.
Dentre as doenças mais comuns que causam essa condição, destacam-se a insuficiência cardíaca, a cirrose e a atelectasia.
No entanto, ele também pode ser causado por:
- Sindrome nefrótica;
- Insuficiência renal avançada;
- Hipotireoidismo descompensado;
- Diálise peritoneal.
Além disso, outra característica importante desse tipo de derrame é que o seu líquido pleural possui uma coloração mais clara e transparente, não possui células e há baixa concentração de proteínas.
Exsudato
O derrame exsudativo, por sua vez, é causado por doenças pulmonares que provocam a inflamação da pleura a partir de uma infecção ou da doença em si.
Sendo assim, o exsudato surge quando a pleura se inflama e impede a passagem do fluido através das membranas. Normalmente, esse tipo de derrame é causado por pneumonia, embolia pulmonar, infecções virais e tuberculose.
Entretanto, ainda que menos comum, ele também pode ser causado por outras doenças, como:
- Mesotelioma;
- Linfoma;
- Lúpus;
- Artrite reumatoide;
- Pancreatite;
- Complicações intra-abdominais;
O líquido pleural exsudativo, ao contrário do líquido transudativo, é rico em proteínas e células inflamatórias, além de ser mais viscoso e opaco.
Sintomas
Os sintomas desse problema podem variar bastante de acordo com cada paciente. No entanto, os mais comuns são:
- Falta de ar;
- Cansaço excessivo ao realizar esforços;
- Dor para respirar, principalmente nas respirações profundas;
- Tosse;
Ademais, em casos mais graves, pode ser que ocorra uma elevação nas costelas, de forma como se a pele estivesse sendo empurrada para fora.
Tratamento para o derrame pleural
O derrame pleural não é especificamente uma doença, mas sim uma manifestação comum de várias outras patologias.
Por esse motivo, o problema só será resolvido quando a doença que o está causando for controlada. Sendo assim, infecções podem ser tratadas por antibióticos, insuficiência renal com hemodiálise, doenças autoimunes com imunossupressores, etc.
No entanto, o derrame em si pode ser tratado com a simples drenagem do líquido. Porém, esse é apenas um procedimento paliativo, já que, se a doença causadora do problema não for tratada, o derrame provavelmente irá voltar..
Contudo, quando a doença de base não possui um tratamento específico, como acontece nos casos de câncer metastáticos, a melhor maneira de evitar o surgimento contínuo do derrame é por meio da esclerose da cavidade pleural.
Derrame pleural é grave?
O derrame em si não é considerado um problema grave, uma vez que o seu tratamento é bastante simples e eficaz.
Dessa forma, pode-se dizer que, na maioria dos casos, a gravidade está relacionada com a doença responsável por originar o derrame pleural.
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